Congresso Brasileiro de Homeopatia 2012 – parte III impressões pessoais
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novembro 28, 2012CONGRESSO BRASILEIRO DE HOMEOPATIA – parte II
No terceiro dia do Congresso, feriado de 15 de novembro, as atividades foram divididas em temas, em diferentes salas. No auditório Esmeralda, a farmacêutica Carla Holandino falou sobre Pesquisas Científicas em Homeopatia, contando com a assistência de homeopatas de diversas formações. Novamente Carla foi brilhante, mostrando em palavras claras e simples os diversos trabalhos científicos brasileiros e internacionais, sobre pesquisa básica, clínica e farmacêutica. É sempre enriquecedor ouvi-la mostrando como não há brechas reais entre os diversos aspectos da ciência.
Em seguida, Márcia Borges explicou as diferenças entre as 2a. e 3a. edições da Farmacopeia Homeopática Brasileira, assim como da última edição do Manual de Normas Técnicas da ABFH e seu papel neste momento em que existe uma farmacopeia oficial no país. Trata-se de um trabalho feito com a colaboração de vários colegas. Carla, que é membro da Comissão Científica da ABFH, assim como da Comissão da Farmacopeia Homeopática Brasileira informou das dificuldades em haver novas reuniões, mas fez diversas anotações que disse levaria para a comissão.
A apresentação seguinte foi feita por mim, porém produzida pela farmacêutica Janaína da Conceição Magalhães de Abreu, com material coletado pela Comissão Científica da ABFH, sobre Estudo de Estabilidade de Matrizes. Após fundamentação e considerações legais (resolução da ANVISA e do CFF, e texto da farmacopeia homeopática) sobre o assunto, foram apresentadas informações sobre trabalhos dos colegas Mafalda Biagini et al e Reys et al, assim como resultados de análises do estudo de monitoramento do SINAMM da ANFARMAG e também um texto apresentado por mim para a Vigilância Sanitária do município de São Paulo, justificando prazo de validade de 10 anos para matrizes. A apresentação foi concluída com os projetos da ABFH para o tema, que são um estudo estatístico em andamento, assim como um ofício ao presidente da Farmacopeia Brasileira, solicitando a opinião das comissões de Homeopatia e de Microbiologia.
Depois do almoço Marcia Borges falou sobre os desafios e sugestões para a gestão de clientes internos e externos da farmácia, especialmente a com manipulação homeopática. Várias dicas interessantes foram passadas pela colega, que teve farmácia durante quase 20 anos e hoje é consultora na área.
Para finalizar o advogado Valter Carretas versou sobre o tema “Argumentando com o fiscal da vigilância sanitária: uma visão para o farmacêutico”. Apesar de pensar que um farmacêutico não deveria se preocupar com isto, hoje, ao menos em alguns municípios, como em São Paulo, é essencial conhecer as leis. Mesmo que nossos atuais fiscais nos respondam: “Mas aqui não seguimos esta lei, esta RDC”.
NAS OUTRAS SALAS
No auditório Granada houveram diversas mesas redondas: a primeira sobre a Homeopatia e a Saúde Suplementar: a experiência com as cooperativas dos médicos, coordenada por Jorge Bustamante. Em seguida foi discutida a Experimentação Patogenética Homeopática e a Bioética/A Experimentação Homeopática no Brasil, coordenada por Renato Azambuja, que também coordenou a terceira, sobre a Formação em Homeopatia (setores Público e Privado). Carlos Fiorot foi o moderador do tema A questão da eficácia, eficiência e efetividade da Homeopatia. Em todas as mesas houve a participação de homeopatas conhecidos e tradicionais, além de alguns convidados para temas mais específicos, como os aspectos éticos-filosóficos da experimentação em humanos.
Nos auditórios Ágata e Quartzo foram apresentados trabalhos científicos e casos clínicos durante todo o dia.
Os veterinários e agrônomos discutiram o receituário médico-veterinário e agronômico, os entraves e desafios para a regularização e regulamentação do uso veterinário de medicamentos homeopáticos, as adequações da farmacopeia homeopática brasileira ao uso de medicamentos homeopáticos em agricultura e medicina veterinária, a regulação de produtos destinados ao controle biológico na agricultura e possibilidade para a regulação de produtos homeopáticos na agricultura e ainda a adequabilidade da farmácia magistral para a manipulação de medicamentos homeopáticos veterinários. Na segunda parte da manhã foi abordada a pesquisa em homeopatia veterinária, o controle homeopático de carrapatos, o uso da homeopatia na produção vegetal e na produção de leite orgânico, entre outros trabalhos. Ao final do dia houve assembleia da AMVHB
Os dentistas homeopatas reuniram no auditório Pirita, com a apresentação de trabalhos científicos, assim como com a discussão da especialidade de homeopatia em odontologia. O final do dia foi fechado com assembleia da ABCDH.
Retornei a São Paulo no final do feriado, logo após uma forte tempestade que destruiu árvores e inundou Belo Horizonte. Perdi assim os dois últimos dias do congresso, que foram organizados na forma de sala única. O homeopata holandês, que vive na Califórnia, Frans Vermeulen, fez suas apresentações durante toda a tarde. No último dia, sábado dia 17, houve a mesa redonda sobre Homeopatia e Saúde Coletiva – O panorama atual e as perspectivas para a Homeopatia no SUS, que contou com a participação de representante de autoridades federal, estadual e municipal, além de Walcymar Estrela que abordou o que os médicos homeopatas esperam do SUS, e Hylton Luz, sobre o que pacientes e simpatizantes da Homeopatia esperam do SUS. Hylton publicou em seu Facebook que surtou feio e que precisou se desculpar depois. Que “o espírito de porco que habita sua alma” não suportou ouvir do representante do Ministério da Saúde que uma das razões para o notável “encolhimento” da homeopatia na prática pública, decorre dos homeopatas não aproveitarem as oportunidades que foram criadas e cita especificamento o NASF como uma destas maravilhosas invenções. Diz que “não consegue aceitar a ideia de que o Ministério da Saúde não precise dialogar com os homeopatas e outros profissionais das PICS para estabelecer como e onde podem ter o melhor rendimento e gerar os melhores benefícios para a saúde pública. Esta lógica da prepotência onde o outro sabe mais de você do que você mesmo é aquilo que precisamos combater, não apenas na saúde, mas em todos os âmbitos, em especial na política e na relação entre as instituições de representação”.
Logo após houve a assembleia geral do congresso e o encerramento. Talvez o próximo congresso, em 2 anos, será aqui em São Paulo.
Pois é, não podemos dizer que a Homeopatia floresce sem dificuldades. Mas podemos lembrar que são as crises que nos dão oportunidades para vencer novas etapas. Que seja este o momento de novas iniciativas, lideranças e em futuro próximo, novas conquistas.